Ronaldo Fraga meu preferido estilista, retorna ao
line up da SPFW trazendo um desfile com o frescor de floresta, a locução de Zélia Duncan e Gabi Amaranto na fila A . Uma coleção rica em materiais com toques brejeiros!
Ronaldo continua suas viagens ao Brasil, desta vez trouxe "O Turista
Aprendiz na Terra do Grão-Pará" para o verão 2013. A primeira viagem de
Ronaldo, ao imaginário universo mágico das terras e povos do norte do Brasil,
foi através de obras literárias como Macunaíma e turista aprendiz, de Mario de
Andrade. Estabeleceu-se nele, a partir daí, fascínio e desejo, por tudo que
dissesse respeito aos estados amazônicos, principalmente o estado do Pará. Em
sua primeira viagem a Belém, o Pará se revelou para ele, a terra do
superlativo, onde procurar o feio e o belo encontra se o tenebroso e o
maravilhoso, como ele escreve no lindo release todo ilustrado com fotos!
"No Pará, nada é o que nos parece à primeira vista. De um minuto para
outro, uma ópera pode se transformar em tecnobrega, uma mulher em uma linda
castanhera e pepitas de ouro em sementes da mata." A parceria do programa
social da fundação vale do incentivo ao empreendorismo e desenvolvimento local
levou Ronaldo Fraga junto de sua equipe no sudeste do estado. A cidade de
Tucumã destino da viagem que deu um olhar para o estilista para ler e entender
a cultura multifacetada e marchetada em madeira de lei. "Mulheres artesãs,
sementes preciosas e a parceria com essa iniciativa foram o ponto de partida
para esta coleção".
A coleção inspirada no guarda-roupa de Mário de
Andrade, trazendo formas da alfaiataria dos anos 20 em que o estilista veem
trabalhando já algumas coleções. Na primeira entrada vestidos e modelos em
linho off white com OLEDS aplicadas que no escuro iluminavam a passarela. Esses
dispositivos tecnológicos são como painéis de iluminação impressa e células
fotovoltaicas, utilizando os chamados polímeros orgânicos, dos quais os OLEDS
fazem parte. “A tecnologia que costura passado e futuro, coordenando
harmoniosamente fibras naturais como o linho e a seda com tecnologia eletrônica
orgânica. Aqui motivos gráficos da cerâmica de Marajoara iluminam através das
roupas, os caminhos da floresta Amazônica." A utilização desse material
não é agressivo ao meio ambiente, tem custo baixo, vida útil, o que faz com que
eles sejam considerados uma tecnologia verde. O mineiro se reinventa trazendo
um verão rústico com tecnologia.
Vestidos amplos e compridos surgiram em uma
segunda entrada, saias evasês, bermudas de gancho baixo, camisas e os
blazers desconstruídos. Com silhueta ampla, folgadas com recortes e
decotes deixando as costas nuas. Tecidos como seda, algodão, se mesclam
com linho e organza alguns efeitos amassados, e peças com aplicações de placas
de madeira como marchetaria. Para o design a madeira foi o que marcou a
coleção - “A madeira
é memória, história, o que se queima, não sobra, você vai ver a madeira de
várias formas, in natura, em papelão, na estampa de madeira carbonizada, do
início ao fim.”.
Estampas retiradas da floresta, fauna, flora com um
olhar peculiar, em sobretons pincelados de verde, madeira, vermelhos e laranjas
urucum, e muitos falsos brancos. As biojoias em parceria com a cooperativa de
biojoias de Tucumã feitas de sementes como as de açaí, jupati, dedo de índia
entre outras, além de fragmentos de madeiras como amarelão, cumaru, muracatiara
e tatajuba. Também entraram os óculos em parceria com a Chilli Beans, de
acetato com efeito amadeirado, além do formato orgânico como se fossem madeiras
esculpidas as lentes são em cores, como amarelo, verde, preto e vinho, total sintonia
com a paisagem recém-desvendada. Os sapatos foram de Luiza Perea.
Fotos: Claudia Rosso/Divulgação
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