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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Noel Rosa por Ronaldo Fraga


Poeta da Vila, filósofo do samba, cronista do Brasil… Noel Rosa! Sem dúvida alguma, marco fundamental na formação da música brasileira do século XX. 

Rafael Raposo
 A inspiração da nova estação, regada a uma mémoria musical e social dos anos 30, Ronaldo apresentou duas obras de arte a coleção e o desfile, com a trilha sonora, ao vivo, comandada pelo ator Rafael Raposo que interpretou Noel Rosa no filme "Poeta da Vila", acompanhados por músicos da escola de samba Vila Isabel. 


Convite do desfile com copos.

No clima da boemia carioca, das damas dos cabarés da Lapa, com looks em preto e branco, estampas de cartas de baralho, palitos de fósforos, camisetas de copos de botequim ou a de fumaça de cigarro (que vi no showroom na Oca)! 





 Na obra de Noel, moças de família também deram lugar a mulheres comuns, a operárias da fábrica de tecidos de Vila Isabel. 


Release
Recordações tiradas da memória de um artista sobre um icone da nossa musica. Como uma história contada de um album antigo de fotografias, (estampa também trabalhada por Ronaldo). Onde o samba que levou a sintonia para cidade e a elite para o morro.  


Desenhos de Ronaldo Fraga no release.

Frente ao abismo social dos nossos dias, Noel Rosa é respiro e inspiração. Respiro em outros tempos: a coleção de verão 2011/2012 desenha a alegria melancólica de um baile de carnaval da década de 1930. Corsos, essência de lança-perfume, assim repleta de confetes modelos desfilaram na passarela que imitava piso parquet, com peças vintage art-déco branco e preto, Ironia e auto-ironia… Seda, shantung, linho e tule. 




Estampa de palito de fósforos

 No gingado da alfaiataria, dos macacões, nos plissados dos vestidos, nas estampas de um pierrô apaixonado, na transparência com listras dos marinheiros e nos babados das colombinas, confetes em forma de paetês e serpentina. Bordados e caseados! Uma época de ouro, uma nostalgia de um tempo, de um amor que Ronaldo não esqueçe.





 “Luto preto é vaidade de quem se veste a rigor, o meu luto é a saudade e a saudade não tem cor.” (Noel Rosa.



Croquis Ronaldo Fraga
E assim nesse ritmo de carnaval da Vila Isabel a moda antiga, colombinas apaixonadas, damas de cabaré, ou apenas mulheres deram cor, brilho e muita emoção a um final de alegria união com os colegas e convidados que descemos a passarela ao som - com que roupa eu vou...



Com Daniela Mercure dando uma canjinha, emocionada chorei primeira vez em um desfile, a um estáculo tão envonvente. Que fechou a temporada da SPFW com ouro.

 Fotos: Claudia Rosso/Reprodução

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