Passada duas décadas da morte do artista plástico da pop art que deixou um legado de ícones famosos: pinturas, esculturas, colagens, desenhos no metrô, em camisetas, entre outros. Sua obra é forte, democrática e despretenciosa, carregada de mensagens de vitalidade e união.
Keith Haring- Selected Works traz um pouco dessa força criativa e apresenta em torno de 94 obras.
foto divulgação |
Ao se formar pela Ivy School of Professional Art em Pittsburgh, uma escola de artes comerciais, ele logo percebeu que tinha pouco interesse em virar um artista gráfico comercial e, após dois semestres, largou a faculdade. Ainda em Pittsburgh, o artista continuou a estudar e trabalhar por conta própria, e em 1978 teve uma exibição solo de seu trabalho no Pittsburgh Arts and Crafts Center. Determinado a dedicar sua carreira à criação de uma arte verdadeiramente coletiva, Haring, lá pelos inícios dos anos 80, encontrou uma mídia altamente eficaz que permitia que ele se comunicasse com o público mais amplo que desejava.
Keith foi amigo de Andy Warhol, e frequentou o seu estúdio lendário prateado, batizado de Factory.
Foto: divulgação
ANDY WARHOL |
Conheceu a fundo assim aquele que entendeu como ninguém as leis do mercado de arte e soube usar isso em seu benefício próprio. O colega mais velho também lhe ajudou a perceber que a separação entre a alta cultura e a cultura popular ficaria cada vez mais diluída. Olhando todos os dias para as latas das sopas campep Bell assinadas por Warhol, que depois ele viria comprar. Haring, já tinha de certa forma incorporado tudo isso inconsciente, tanto que decidiu começar a carreira desenhando com giz nos painéis de publicidade vazios cobertos por papel preto fosco instalados nas estações dos metrôs de NY. Ele espalhou centenas de criações pelos subterrâneos da cidade entre 1980 e 1985. Chegava a concluir 40 figuras com traços rápidos para fugir dos policiais. Foram tantas as vezes que foi algemado que perdeu as contas. Por sua vez os policiais não sabiam lidar com a situação. Sendo que como suas obras podiam ser apagadas facilmente uma pena severa era um motivo sem propósito. Irônico policial o repreendia e na sequência pedia um autógrafo! Trabalhar diante do publico rendeu-lhe uma fama quase imediata.
muro do metro de NY Foto: divulgação |
Em Nova York, ele também, ficou amigo de outros artistas como Kenny Sharf e Jean-Michel Basquiat,assim como músicos, artistas performáticos e grafiteiros que compunham uma florescente comunidade artística local. Madonna usou os gráficos de Keith Haring em sua última turnê.
Em 1980 e 1989, Haring atingiu reconhecimento internacional e participou de numerosas exposições solo e coletivas, atingindo o seu desejo de levar as suas obras ao maior número possível de pessoas. Ao expressar os conceitos universais de nascimento, morte, amor, sexo e guerra, usando um contorno predominante e mensagens diretas, Keith conseguiu atrair um público amplo e assegurar o alcance e poder de permanência de suas imagens, que se tornaram uma linguagem visual de século 20 universalmente reconhecida. Esteve no Brasil em diversas ocasiões, inclusive em 1983, quando participou da Bienal de SP quando pintou um painel, que não existe mais, na Avenida Sumaré, em São Paulo. Nas viagens seguintes, costumava se hospedar em Ilhéus (BA), na casa do amigo e também artista Kenny Scharf, onde pintou murais e produziu telas e esculturas inspiradas na cultura brasileira.
A rara imagem do painel está no livro Ah! Se a gente não precisasse dormir!
Foto de Paulo Labriola
O artista Keith Haring faleceu em 1990, vítima do HIV. Um memorial comemorativo foi realizado após, na catedral de St. John the Divine em NY, no qual mais de 1.000 pessoas compareceram. Um ano antes de morrer, o artista criou a Keith Haring Foundation para apoiar campanhas de prevenção do HIV e programas infantis. Desde sua morte, Haring tem sido o tema de diversas retrospectivas internacionais. O trabalho dele pode ser visto em exposições e acervos de grandes museus de todo mundo.
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